Nau Pedro 1 - Planeta DeAgostini e alguma criatividade
Nau Pedro 1 - Planeta DeAgostini e alguma criatividade
Boa noite, senhores.
Me chamo Marco Chiri, tenho 23 anos, atualmente curso Engenharia Naval e Oceânica na UFRJ e depois de muito ver os trabalhos maravilhosos colocados aqui, resolvi colocar aqui o meu segundo projeto, mesmo sem tê-lo terminado (nem ter terminado o primeiro).
O primeiro foi iniciado lá pra 2009 ou 2010, por puro hobbie, enquanto fazia meu ensino médio e técnico no IFSP. Era um Constitution, com cavernas feitas de chapas de balsa com estilete, e depois de tantas imperfeições nos encaixes e entortamento da quilha depois de ter preenchido por completo apenas um bordo do navio, sua queda de cima do guarda-roupas me fez desistir temporariamente do projeto.
Depois disso vieram os kits da Nau Pedro l com aquela sensação de "agora vai". Não foi. Com fascículos chegando fora de ordem, com peças defeituosas (a quilha central veio absurdamente torta, e uma das cavernas também) e o alto preço atrelado à falta de dinheiro me fez desmotivar do projeto também.
Com o passar do tempo vendo os 2 barcos parados, eu sempre via de comprar fascículos no mercado livre, buscar plantas pra fazer as cavernas que faltavam, mas nada disso ia pra frente pelo alto custo e baixo retorno. Foi aí que eu tive que abusar da criatividade, e num primeiro momento comecei a fazer o básico que qualquer um que goste de gastar um tempo com uns palitos gostaria de fazer.
Com o restante do cedro que seria utilizado pra fazer o costado, refiz a peça que veio torta da quilha, e assim pude ter a segurança de que quando continuasse a construção, meu barco estaria reto, e não torto como o Constitution. Com as cavernas que eu tinha, consegui dar um corpo decente ao navio, mesmo que faltando algumas cavernas centrais. Faltava também o deck de cima, que fiz com palitos de sorvete. Nada disso teria ficado tão bom quanto se fosse utilizado os fascículos, mas esse hobbie sempre foi muito caro pra mim, então fiz meu melhor e no final deu certo.
Agora faltava aquela parte mais trabalhosa e cara: o costado. Depois de ter feito isso uma vez e ter ficado ruim, mesmo tendo gasto uma grana na casa aerobrás, eu decidi que iria inventar alguma forma de fazer isso sem gastar um dinheiro que não tinha pra fazer uma coisa que não sabia se ficaria bom. Sendo assim, acredito que tenha inventado uma nova técnica de construção. Ainda não decidi se no final vou fazer um molde, ou se no final vou ter feito um barco, mas acredito que essa técnica sirva para os dois casos. O que mais me incentivou a testar isso foi o fato de que mesmo depois de fazerem o costado com vários filetes de madeira, ajustar um por um, lixar, polir, tratar a madeira e tudo mais, no final não se via a madeira. Foi assim que resolvi utilizar espuma de poliuretano entre as cavernas.
Pra quem não conhece, a espuma de poliuretano, também conhecida como espuma expansiva, é utilizada pra fazer colchões, pranchas de surf e preenchimento de batente de portas, entre outras coisas. Primeiramente fui comprar em uma loja especializada, mas só vendiam uma quantidade muito alta, sendo assim resolvi comprar em loja de material de construção uma lata de "espuma expansiva", que se usa pra preencher batente de porta, isolamento térmico e acústico, entre outras coisas. Dizem que a espuma expande 30x o tamanho dela, mas não é bem assim. Fato é que se colocar num vão "apertado", ela vai fazer pressão e pode entortar o navio, então é bom utilizar com cuidado, com o deck no lugar e em locais que permitam a expansão da espuma. Depois de curada, utilizei uma faca de serra muito afiada tipo navalha pra tirar o excesso, e depois uma lixa grossa até a madeira pra acabamento.
Com essa técnica eu economizei um tempo absurdo, tenho um modelo extremamente resistente e que pode até salvar alguém de um afogamento devido à leveza do material.
Acredito que, assim como eu, muitos vão olhar e pensar que estragou a graça, que não é assim que se faz e que isso é um absurdo. Eu concordo em partes com vocês, mas eu preferi utilizar esse método pois era isso ou deixar ele parado. Além disso, só mexo nele nas férias, pois ele fica na casa dos meus pais em SP, e eu moro no Rio, então aproveitei 2 dias em casa pra fazer algo equivalente a 1 semana de trabalho, praticamente.
Agora a questão que fica é como finalizar o casco. Não sei se já é hora de colocar uma resina epóxi, ou se passo algum tipo de massa pra deixar a superfície mais lisa e uniforme, ou se pesquiso como fazer um molde e depois tiro um casco de resina do molde... Enfim, o objetivo disso tudo, além de divulgar essa técnica que eu ainda não tinha visto ser usada pra isso, é receber dicas e informações de como finalizar o casco (não vale madeira).
Bons ventos
Me chamo Marco Chiri, tenho 23 anos, atualmente curso Engenharia Naval e Oceânica na UFRJ e depois de muito ver os trabalhos maravilhosos colocados aqui, resolvi colocar aqui o meu segundo projeto, mesmo sem tê-lo terminado (nem ter terminado o primeiro).
O primeiro foi iniciado lá pra 2009 ou 2010, por puro hobbie, enquanto fazia meu ensino médio e técnico no IFSP. Era um Constitution, com cavernas feitas de chapas de balsa com estilete, e depois de tantas imperfeições nos encaixes e entortamento da quilha depois de ter preenchido por completo apenas um bordo do navio, sua queda de cima do guarda-roupas me fez desistir temporariamente do projeto.
Depois disso vieram os kits da Nau Pedro l com aquela sensação de "agora vai". Não foi. Com fascículos chegando fora de ordem, com peças defeituosas (a quilha central veio absurdamente torta, e uma das cavernas também) e o alto preço atrelado à falta de dinheiro me fez desmotivar do projeto também.
Com o passar do tempo vendo os 2 barcos parados, eu sempre via de comprar fascículos no mercado livre, buscar plantas pra fazer as cavernas que faltavam, mas nada disso ia pra frente pelo alto custo e baixo retorno. Foi aí que eu tive que abusar da criatividade, e num primeiro momento comecei a fazer o básico que qualquer um que goste de gastar um tempo com uns palitos gostaria de fazer.
Com o restante do cedro que seria utilizado pra fazer o costado, refiz a peça que veio torta da quilha, e assim pude ter a segurança de que quando continuasse a construção, meu barco estaria reto, e não torto como o Constitution. Com as cavernas que eu tinha, consegui dar um corpo decente ao navio, mesmo que faltando algumas cavernas centrais. Faltava também o deck de cima, que fiz com palitos de sorvete. Nada disso teria ficado tão bom quanto se fosse utilizado os fascículos, mas esse hobbie sempre foi muito caro pra mim, então fiz meu melhor e no final deu certo.
Agora faltava aquela parte mais trabalhosa e cara: o costado. Depois de ter feito isso uma vez e ter ficado ruim, mesmo tendo gasto uma grana na casa aerobrás, eu decidi que iria inventar alguma forma de fazer isso sem gastar um dinheiro que não tinha pra fazer uma coisa que não sabia se ficaria bom. Sendo assim, acredito que tenha inventado uma nova técnica de construção. Ainda não decidi se no final vou fazer um molde, ou se no final vou ter feito um barco, mas acredito que essa técnica sirva para os dois casos. O que mais me incentivou a testar isso foi o fato de que mesmo depois de fazerem o costado com vários filetes de madeira, ajustar um por um, lixar, polir, tratar a madeira e tudo mais, no final não se via a madeira. Foi assim que resolvi utilizar espuma de poliuretano entre as cavernas.
Pra quem não conhece, a espuma de poliuretano, também conhecida como espuma expansiva, é utilizada pra fazer colchões, pranchas de surf e preenchimento de batente de portas, entre outras coisas. Primeiramente fui comprar em uma loja especializada, mas só vendiam uma quantidade muito alta, sendo assim resolvi comprar em loja de material de construção uma lata de "espuma expansiva", que se usa pra preencher batente de porta, isolamento térmico e acústico, entre outras coisas. Dizem que a espuma expande 30x o tamanho dela, mas não é bem assim. Fato é que se colocar num vão "apertado", ela vai fazer pressão e pode entortar o navio, então é bom utilizar com cuidado, com o deck no lugar e em locais que permitam a expansão da espuma. Depois de curada, utilizei uma faca de serra muito afiada tipo navalha pra tirar o excesso, e depois uma lixa grossa até a madeira pra acabamento.
Com essa técnica eu economizei um tempo absurdo, tenho um modelo extremamente resistente e que pode até salvar alguém de um afogamento devido à leveza do material.
Acredito que, assim como eu, muitos vão olhar e pensar que estragou a graça, que não é assim que se faz e que isso é um absurdo. Eu concordo em partes com vocês, mas eu preferi utilizar esse método pois era isso ou deixar ele parado. Além disso, só mexo nele nas férias, pois ele fica na casa dos meus pais em SP, e eu moro no Rio, então aproveitei 2 dias em casa pra fazer algo equivalente a 1 semana de trabalho, praticamente.
Agora a questão que fica é como finalizar o casco. Não sei se já é hora de colocar uma resina epóxi, ou se passo algum tipo de massa pra deixar a superfície mais lisa e uniforme, ou se pesquiso como fazer um molde e depois tiro um casco de resina do molde... Enfim, o objetivo disso tudo, além de divulgar essa técnica que eu ainda não tinha visto ser usada pra isso, é receber dicas e informações de como finalizar o casco (não vale madeira).
Bons ventos
Re: Nau Pedro 1 - Planeta DeAgostini e alguma criatividade
Vou postar algumas fotos agora de como está, talvez mais tarde poste fotos de um pouco antes da aplicação da espuma.
Re: Nau Pedro 1 - Planeta DeAgostini e alguma criatividade
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Re: Nau Pedro 1 - Planeta DeAgostini e alguma criatividade
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Re: Nau Pedro 1 - Planeta DeAgostini e alguma criatividade
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Re: Nau Pedro 1 - Planeta DeAgostini e alguma criatividade
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- PAULO PEREIRA
- Vice-Almirante
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Re: Nau Pedro 1 - Planeta DeAgostini e alguma criatividade
Espuma expansiva, interessante
força que estou a gostar




Knights Of The Sea Everyone admires a PT man!
- Genésio Machado Jr
- Vice-Almirante
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- Registado: segunda abr 02, 2007 1:58 am
- Localização: NIterói - Rio de Janeiro - Brasil
Re: Nau Pedro 1 - Planeta DeAgostini e alguma criatividade
Boas meu amigo.
Já usei essa técnica em alguns modelos e gostei do resultado.
Estarei acompanhando a sua construção.
Força nisso!!!
Já usei essa técnica em alguns modelos e gostei do resultado.
Estarei acompanhando a sua construção.
Força nisso!!!
"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora a fazer um novo fim."
(Chico Xavier)
http://i11.photobucket.com/albums/a165/ ... -p-1-2.jpg
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- pjesus
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Re: Nau Pedro 1 - Planeta DeAgostini e alguma criatividade
A técnica da espuma é de facto boa, permite um assentamento mais fácil do forro.
Venham daí os progressos que a malta quer é ver barcos a nascer
Venham daí os progressos que a malta quer é ver barcos a nascer

Re: Nau Pedro 1 - Planeta DeAgostini e alguma criatividade
Você pode me mostrar em quais projetos você utilizou essa técnica?Genésio Machado Jr Escreveu: ↑segunda out 22, 2018 3:18 am Boas meu amigo.
Já usei essa técnica em alguns modelos e gostei do resultado.
Estarei acompanhando a sua construção.
Força nisso!!!
Re: Nau Pedro 1 - Planeta DeAgostini e alguma criatividade
Saudações.
Estou aqui, uns 5 anos depois, para continuar o relato.
Há uns 2 anos eu comecei a colocar massa plástica automotiva para cobrir a espuma. Por não ter experiência, cometi alguns erros:
1: utilizei uma espátula de plástico para aplicação, que é muito flexível e atrapalhou bastante;
2: catalizei uma grande quantidade de massa, e a mesma endureceu durante a aplicação, deixando a aplicação um tanto "esfarelenta"/porosa;
3: após o erro 2, utilizei uma quantidade menor de massa, e menor ainda de catalizador, e aí demorou mais de mês para endurecer essa região, fazendo necessária sua remoção após a cura total;
4: mesmo com espátula de metal, há uma pressão ideal de aplicação, que permite deposição do material, cobrimento de imperfeições e ainda um pré acabamento, e isso demandou algumas aplicações e perda de massa até aprender a técnica correta.
Logo mais, fotos de como está após ao menos 3 aplicações em cada bordo (massa preta, branca e branca novamente). Um bordo ainda não foi lixado. É possível ver locais de boa aplicação com a espátula e locais onde a massa começou a secar. Também tem regiões onde não foi aplicada massa. Posteriormente, após preencher as maiores cavidades e feito o polimento, as cavidades menores serão preenchidas com outro tipo de massa (aceito sugestões), e aí o projeto voltará às partes de madeira: fixar o convés principal, construir o costado, outros convezes superiores e os sistemas timão-leme e de âncoras. Quero nem pensar, por hora, nas aberturas dos canhões, nos mastros, amarras e velas.
Espero que essa jornada tenha sido útil de alguma forma pra alguém aqui. Forte abraço.
Estou aqui, uns 5 anos depois, para continuar o relato.
Há uns 2 anos eu comecei a colocar massa plástica automotiva para cobrir a espuma. Por não ter experiência, cometi alguns erros:
1: utilizei uma espátula de plástico para aplicação, que é muito flexível e atrapalhou bastante;
2: catalizei uma grande quantidade de massa, e a mesma endureceu durante a aplicação, deixando a aplicação um tanto "esfarelenta"/porosa;
3: após o erro 2, utilizei uma quantidade menor de massa, e menor ainda de catalizador, e aí demorou mais de mês para endurecer essa região, fazendo necessária sua remoção após a cura total;
4: mesmo com espátula de metal, há uma pressão ideal de aplicação, que permite deposição do material, cobrimento de imperfeições e ainda um pré acabamento, e isso demandou algumas aplicações e perda de massa até aprender a técnica correta.
Logo mais, fotos de como está após ao menos 3 aplicações em cada bordo (massa preta, branca e branca novamente). Um bordo ainda não foi lixado. É possível ver locais de boa aplicação com a espátula e locais onde a massa começou a secar. Também tem regiões onde não foi aplicada massa. Posteriormente, após preencher as maiores cavidades e feito o polimento, as cavidades menores serão preenchidas com outro tipo de massa (aceito sugestões), e aí o projeto voltará às partes de madeira: fixar o convés principal, construir o costado, outros convezes superiores e os sistemas timão-leme e de âncoras. Quero nem pensar, por hora, nas aberturas dos canhões, nos mastros, amarras e velas.
Espero que essa jornada tenha sido útil de alguma forma pra alguém aqui. Forte abraço.